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Angelo Mestriner - Advocacia e Consultoria

Pensão alimentícia para ex-esposa: quando é devida e quais as consequências do não pagamento

Última atualização:
Escrito por: Angelo Mestriner

A dissolução de um casamento ou união estável traz consigo diversas questões jurídicas, entre elas, a possibilidade de concessão de pensão alimentícia ao ex-cônjuge. Este artigo aborda os critérios para a concessão dessa pensão, os direitos e deveres envolvidos e as implicações legais em casos de inadimplência.

Quando a pensão alimentícia é devida à ex-esposa?

A legislação brasileira prevê que, após a separação, um dos ex-cônjuges pode ser obrigado a prestar alimentos ao outro, desde que atendidos os seguintes requisitos:

  1. Necessidade: A ex-esposa deve demonstrar que não possui meios suficientes para prover sua própria subsistência, seja por falta de qualificação profissional, idade avançada ou problemas de saúde que a impeçam de trabalhar.
  2. Possibilidade: O ex-marido deve ter condições financeiras de arcar com a pensão sem comprometer sua própria subsistência.
  3. Proporcionalidade: O valor da pensão deve ser equilibrado, levando em consideração as necessidades da ex-esposa e as possibilidades financeiras do ex-marido.

É importante destacar que a pensão alimentícia entre ex-cônjuges não é automática e deve ser solicitada judicialmente, com a devida comprovação dos requisitos mencionados.

Duração da pensão alimentícia para a ex-esposa

Via de regra, a pensão alimentícia concedida à ex-esposa possui caráter temporário, visando proporcionar um período de transição após a separação para que ela possa se reestruturar e alcançar independência financeira.

Esse período pode variar conforme as particularidades do caso. Veja alguns exemplos:

  1. Exemplo 1: Um casal se separa após 20 anos de união. A esposa, que sempre se dedicou ao cuidado dos filhos e da casa, está há anos fora do mercado de trabalho e tem 55 anos de idade. Neste caso, o juiz pode fixar alimentos por um período mais longo, pois o retorno ao mercado pode ser difícil.
  2. Exemplo 2: Uma mulher de 35 anos, formada e com experiência profissional, se separa após 5 anos de casamento. Ela pode conseguir um emprego rapidamente. Aqui, é comum que a pensão seja fixada por tempo determinado (ex: 6 meses ou 1 ano), suficiente para a retomada da estabilidade financeira.

Casos excepcionais em que a pensão pode ser vitalícia

Apesar da regra ser o caráter temporário da pensão alimentícia para a ex-esposa, existem situações excepcionais nas quais a pensão pode ser fixada por tempo indeterminado, especialmente quando não há expectativa de que a ex-esposa venha a se tornar autossuficiente.

Os tribunais costumam admitir a pensão alimentícia vitalícia nos seguintes cenários:

  1. Idade avançada: Quando a ex-esposa já se encontra em idade próxima à aposentadoria e não possui rendimentos próprios.
  2. Incapacidade permanente para o trabalho: Por exemplo, em caso de doença grave ou deficiência que impeça o exercício de atividade remunerada.
  3. Casos de dependência econômica absoluta criada pelo próprio casamento: Em uniões longas em que a mulher deixou de trabalhar por orientação ou desejo do marido, e não teve a chance de se qualificar profissionalmente ao longo da relação.

Exemplo real:

Uma decisão do TJ-SP concedeu pensão vitalícia a uma ex-esposa que, após 30 anos de casamento, não possuía nenhuma experiência profissional, vivia exclusivamente para a família e tinha 62 anos na data da separação. O tribunal entendeu que era inviável exigir sua reinserção no mercado.

Por outro lado, decisões mais recentes do STJ têm reiterado que a pensão entre ex-cônjuges não deve servir para perpetuar o vínculo matrimonial ou sustentar o comodismo, salvo nas situações excepcionais já mencionadas.

Revisão ou extinção da pensão alimentícia

Importante destacar que, mesmo nos casos de pensão vitalícia, é possível pedir a revisão ou extinção dos alimentos se houver mudança significativa nas circunstâncias de quem paga ou de quem recebe.

  1. Exemplo de extinção: O ex-marido comprova que a ex-esposa passou a ter renda própria suficiente e deixou de depender da pensão alimentícia.
  2. Exemplo de revisão: O devedor perde o emprego ou sofre queda significativa de renda, podendo solicitar a redução do valor.

Consequências do não pagamento da pensão alimentícia para a ex-esposa

A ex-mulher pode levar o ex-marido à prisão por pensão alimentícia? Sim. Quando há uma decisão judicial que fixa a obrigação alimentar e o ex-marido deixa de pagar, a ex-esposa pode solicitar a prisão civil, desde que a dívida seja atual e referente a até três parcelas recentes. Essa medida está prevista no artigo 528 do Código de Processo Civil e tem como objetivo assegurar a subsistência de quem depende da pensão.

É importante esclarecer que a prisão não é automática. A ex-esposa precisa ingressar com uma ação de execução de alimentos e pedir ao juiz a aplicação da sanção. A prisão civil, nesses casos, é uma forma de pressão legal para forçar o devedor a cumprir sua obrigação alimentar.

Além da prisão, o juiz pode aplicar outras consequências legais em caso de inadimplência, como:

  1. Penhora de bens: O juiz pode determinar a penhora de bens do ex-marido (como veículos, contas bancárias, imóveis, entre outros) para garantir o pagamento das parcelas em atraso.
  2. Desconto em folha de pagamento: O valor da pensão alimentícia pode ser descontado diretamente do salário do ex-marido, garantindo que a ex-esposa receba os valores devidos sem depender da iniciativa do devedor.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou o entendimento de que a prisão civil não se aplica quando a pensão tem caráter exclusivamente indenizatório ou compensatório. No entanto, sendo pensão alimentícia de subsistência, o descumprimento pode sim levar à prisão.

É fundamental que o ex-marido esteja ciente das implicações legais do não pagamento da pensão alimentícia e, caso esteja enfrentando dificuldades financeiras, procure orientação jurídica para solicitar a revisão judicial do valor antes de acumular débitos e sofrer sanções mais graves.

Como proceder em caso de inadimplência

Se você é ex-esposa e não está recebendo a pensão alimentícia devida, é possível ingressar com uma ação de execução de alimentos, solicitando ao juiz as medidas cabíveis para compelir o ex-marido ao pagamento.

Por outro lado, se você é ex-marido e está enfrentando dificuldades financeiras que impossibilitam o pagamento da pensão nos termos estabelecidos, é recomendável buscar judicialmente a revisão do valor, demonstrando a alteração na sua capacidade financeira.

Conclusão

A pensão alimentícia entre ex-cônjuges é um instrumento jurídico que visa assegurar a dignidade e o sustento daquele que, após a separação, não possui meios suficientes para se manter. Tanto para quem busca receber quanto para quem deve pagar, é essencial compreender os critérios legais, os direitos e deveres envolvidos e as consequências do descumprimento dessa obrigação.

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